À primeira vista, a profissão de caminhoneiro pode parecer um ofício estimulante ligado à liberdade, uma vez que faz parte da rotina viajar pela estrada, conhecendo lugares e pessoas diferentes. A realidade, porém, não é bem assim. Normalmente o profissional precisa lidar com fatores de estresse como o baixo nível de conforto, as longas jornadas de trabalho, a distância da família, as pressões quanto aos prazos de entrega, a má conservação das estradas, o risco de acidentes e a violência – este sendo principal agente estressor dos profissionais de estrada. Aliados ao cansaço, falta de exercício físico e má alimentação, esses fatores podem levar a um desgaste não apenas físico, mas também mental, fazendo com que muitos dos estradeiros se afastem de seus cargos devido a transtornos como a Síndrome de Burnout, onde o trabalhador se sente incapaz de continuar exercendo sua função, podendo chegar até mesmo à depressão.
A fadiga mental
A fadiga mental, também conhecida como estafa mental, é um sintoma do estresse que ocorre devido ao excesso de tensão acumulada. Na maioria das vezes ela pode ser tratada com uma mudança de hábitos aliada à forma como se lida com os problemas e as frustrações do dia a dia. O problema acontece quando não se dá a devida atenção a essa condição, uma vez que o cansaço mental pode levar a danos psicológicos e também à dor física.
Dentre os principais sintomas da fadiga mental, podemos destacar:
- Dor de cabeça;
- Dores no corpo;
- Palpitações;
- Náusea;
- Tremores;
- Resfriados constantes;
- Alterações intestinais;
- Falha de memória;
- Insônia;
- Irritabilidade;
- Desânimo e angústia;
- Diminuição do desejo sexual;
- Transtornos alimentares.
Causas e fatores de risco
Como dito anteriormente, o estilo de vida, as condições de saúde e os problemas psicológicos estão entre as principais causas da fadiga. Entre os caminhoneiros, a rotina pesada do trabalho e o ambiente muitas vezes estressante das estradas faz com que estes profissionais desenvolvam hábitos que prejudicam a saúde mental. Dentre os principais fatores de risco, estão:
- Pressão de prazos e horários;
- Responsabilidade pela carga;
- Preocupação com acidentes e assaltos;
- Refeições em horários irregulares;
- Movimentos repetitivos;
- Abuso de álcool e cafeína
- Uso de rebite;
- Solidão;
- Preocupação econômica;
- Sedentarismo;
- Falta de sono;
- Adversidade climática;
- Ambiente ruidoso.
Tratamento
Em primeiro lugar, é necessário relaxar. Fazer programas como uma caminhada pelo parque ou investir alguns minutos em meditação ajudam na manutenção do bem-estar e a prevenir transtornos mais graves. Outras dicas recomendadas por especialistas incluem:
- Evitar realizar muitas tarefas ao mesmo tempo;
- Investir na organização das prioridades;
- Procurar resolver um problema de cada vez;
- Não levar preocupações para casa;
- Manter o bom humor;
- Cuidar da alimentação;
- Diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Não usar estimulantes e rebite;
- Dormir o suficiente;
- Realizar atividade física que promova relaxamento;
- Dividir os problemas com amigos ou profissionais qualificados.
Quando é hora de procurar um médico?
De acordo com neurologistas, se após duas semanas a pessoa ainda sentir que o esgotamento mental está prejudicando sua qualidade de vida, ela deve procurar um médico, que poderá avaliar o caso e prescrever tratamentos com medicamentos e acompanhamento psicológico, caso haja necessidade. Porém, os médicos ressaltam que é o sono, a alimentação e os exercícios que irão fortalecer e recuperar completamente o cérebro, proporcionando bem-estar e devolvendo a qualidade de vida.
Fontes consultadas: Minha Vida, Daher, Estresse no caminhoneiro